segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Jardim Amália Rodrigues



Da autoria de Gonçalo Ribeiro Telles o Jardim Amália Rodrigues, em Lisboa, foi assim nomeado em 2000 para homenagear a fadista Amália Rodrigues. Inaugurado em 1996, faz parte integrante do projecto da ligação do Alto do Parque Eduardo VII a Monsanto por acesso pedonal e conhecido por Corredor Verde.

O seu relevo e desenho dão-lhe grande diversidade de ambientes. Possui um grande anfiteatro virado para o vale da Avenida da Liberdade e um lago circular, junto do qual se localiza um bar com esplanada.

O espelho de água é talvez o seu elemento de maior interesse e atracção e no ponto mais alto do jardim existe ainda um restaurante. No jardim foram ainda colocadas duas estátuas, do escultor colombiano Fernando Botero, e do Mestre Lagoa Henriques.

Entrada livre

Guia da cidade

Lima de Freitas

Lima de Freitas (Setúbal 1927 - Lisboa 1998) foi um pintor, desenhador e escritor português, que frequentou a Escola de Belas Artes de Lisboa (curso de Arquitectura) e que esteve inicialmente ligado ao neo-realismo.
O jogo dos contrários, no sentido de uma busca do conhecimento, marca toda a obra do pintor-filósofo Lima de Freitas, figura que a partir dos finais da década de 40, anos do pós-guerra, logo se impôs com uma expressão pictórica contida entre o realismo e a mística, entre o quotidiano e o imaginário, entre a inquietude e o mito. São desse nome de primeiro plano das artes plásticas portuguesas os trabalhos (meia centena) apresentados na exposição agora inaugurada na Galeria Corrente d'Arte, em Lisboa, que abrange algumas das últimas obras do pintor. José Hartvig de Freitas, ao frisar que a obra de seu pai "não é fácil de inserir em teorias de arte", deixou um conselho "Quando olharem para uma obra de arte, olhem, também, com o coração."
A ensaísta Maria João Fernandes, ao prefaciar Lima de Freitas - Um Caminho Secreto, sublinha que o "pintor alquimista desenvolveu, no século XX, um paradigma do conhecimento total, a adequação entre o pensamento e as figuras de uma gramática secreta das formas e dos símbolos que já preocupara Leonardo e onde se inscreve um sentido luminoso unindo os destinos do homem e do cosmos."
As suas obras de arte revelam um profundo conhecimento da tradição mítico-espiritual portuguesa que através dele se revestem de uma grande riqueza. Autor de inúmeras obras, incluindo murais de azulejos de que se destacam os 14 painéis na estação do Rossio, tudo fora inspirado nos Mitos e Lendas de Lisboa, capital de Portugal (Porto-Graal ou Porto da Paz), lugar de Luz ou “Lux-Citânia”, que falta cumprir-se numa Nova Era Universal, a do "V Império" no dizer de Fernando Pessoa ou do Padre António Vieira.

O seu trabalho de "elaborado grafismo, preocupado com o entendimento profundo do quotidiano e em constante atitude crítica e polémica" (Manuel Alves de Oliveira) integrava-se perfeitamente no ideário neo-realista (...).

"Entre um realismo e uma surrealidade mística", Lima de Freitas define a sua obra como "uma contínua investigação do tema , um realismo simultaneamente voltado para o social e alimentado pelo inconsciente" (Manuel Alves de Oliveira, 1990)

NOTA: clicar para ver as imagens em tamanho real.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Palácio da Pena



Constitui o mais completo e notável exemplar de arquitectura portuguesa do Romantismo. Edificado a cerca de 500 metros de altitude, remonta a 1839, quando o rei consorte D. Fernando II de Saxe Coburgo-Gotha (1816-1885), adquiriu as ruínas do Mosteiro Jerónimo de Nossa Senhora da Pena e iniciou a sua adaptação a palacete. Para dirigir as obras, chamou o Barão de Eschwege, que se inspirou nos palácios da Baviera para construir este notável edifício. Extremamente fantasiosa, a arquitectura da Pena utiliza os "motivos" mouriscos, góticos e manuelinos, mas também o espírito Wagneriano dos castelos Schinkel do centro da Europa. Situado a 4,5 Km do centro histórico.

Morada:
Situado a 4 Km do centro histórico, dentro do Parque da Pena.
Estrada da Pena
2710-609 Sintra
Tel.: 21 910 53 40
Fax.: 21 910 53 41
E-mail: geral.pnp@parquesdesintra.pt
Website: www.parquesdesintra.pt

domingo, 22 de novembro de 2009

Sintra - Roteiro Romântico



Sintra, espaço privilegiado no contexto do romantismo português, onde a Pena, Monserrate, Regaleira ou a Vila Velha imortalizam todo um conjunto de cenários marcantes da época, convida-nos a efectuar diversos percursos, em que podemos fazer uma abordagem histórica, filosófica, artística, literária e social do movimento romântico.

Assim, e nesse cenário natural tão peculiar de Sintra, que D. Fernando II coroou, poderemos, não apenas, descobrir os palácios e o casario oitocentista, como calcorrear os passos dados por Byron, Beckford, Herculano ou Garrett.

Sintra - Roteiro Medieval



Mergulhado em fascinantes cenários históricos e lendários, torna-se possível fazer uma abordagem conciliadora da História, e das características urbanas e naturais da Sintra Medieva, com a própria realidade nacional e sua consequente expressão universal.

Numa atmosfera de histórias e lendas, é feito um percurso abrangente das três zonas medievais sintrenses (Castelo, Arrabalde e Vila), com especial relevo para o Palácio Nacional de Sintra, malha urbana, Castelo dos Mouros e Igrejas Coevas, não esquecendo, todo um conjunto de particularidades da realidade Cultural Saloia.

Cada pedra que pisamos ao percorrer as calçadas e ruas da velha urbe conta-nos uma história, uma lenda, uma curiosidade que aquele beco, aquela fonte aquele jardim, encerra entre si. Essas histórias remetem-nos, frequentemente, não apenas para a realidade sintrense, mas, também, para a universalidade da cultura portuguesa.

É, pois, sob os auspícios das nossas colossais chaminés, que propomos, a todos, uma caminhada por esta Vila serpenteada na serra, rumo à fortaleza mais alta que nos proporciona uma visão tão deslumbrante como grandiosa destas terras saloias. Ao contemplá-las podemos, então, compreender as palavras do velho poeta árabe Ibn Mucana que a estas paragens demandou e escolheu para viver:

“Deixei côrte luzidia,
E o seu luxo absurdo.
Em Alcabideche estou
No campo silvas cortando
Com a podoa trabalhando.
Se alguém te perguntou
Se do teu trabalho gostas
Respondesses-lhe que sim:
Quem ama ser livre assim
De bom carácter dá mostras
Orientando pelo amor
E dádivas que eu colhi

Sintra - Roteiro Queirosiano



Eça de Queirós utilizou como fonte de inspiração para algumas das acções descritas nas suas obras ambientes da Sintra oitocentista, em Alves e Companhia, A Correspondência de Fradique Mendes, O Primo Basílio, A Tragédia da Rua das Flores e Os Maias, podemos encontrar magníficas descrições dos locais e da atmosfera que se vivia nesta vila cortesã e que hoje nos permite realizar passeios pelo Centro Histórico da Vila Velha (antigo Passeio Público), num caminhar tipicamente romântico, temperado por uma arquitectura natural e humana ímpares, relembrando os passeios das personagens daquelas obras.

Carlos da Maia conduz-nos na busca do seu amor impossível por Maria Eduarda do " passo de Deusa maravilhosamente bem feito (...) dos cabelos doirados (...) dos olhos escuros e profundos". O Maestro Cruges, por seu turno, desperta-nos o interesse pela Sintra das queijadas e da manteiga fresca, dos passeios clássicos à Pena, à Fonte dos Amores, à Várzea de Colares para nela barquejar.

Pelo caminho, o recordar da Vila Velha, com o seu mercado e três dos seus hotéis: «O Nunes» "das pandegas fáceis", o «Vitor» funcionando também como uma espécie de Casino, e o «Lawrence», o mais antigo da Península Ibérica e o mais requintado de Sintra.

Por fim, a Estrada Velha de Colares, com a água da Cascata dos Pisões, o musgo dos muros que a ladeiam, e os palácios e jardins das belas quintas; o encontro com Alencar, poeta ultra-romântico, a lembrar os "mil ais" soltados no Penedo da Saudade, envolto nas suas lendas de moiras e cruzados, e escondido pelo Palácio de Seteais. E é na rampa, para lá do arco que une os dois corpos do Palácio, que podemos observar um belo quadro retratado por Eça, numa das mais belas passagens da sua obra:

"No vão do arco, como dentro de uma pesada moldura de pedra, brilhava, à luz rica da tarde, um quadro maravilhoso, de uma composição quase fantástica, como a ilustração de uma bela lenda de cavalaria e de amor, Era no primeiro plano o terreno, deserto e verdejante, todo salpicado de botões amarelos; ao fundo, o renque cerrado de antigas árvores, com hera nos troncos, fazendo ao longo da grade uma muralha de folhagem reluzente; e, emergindo abruptamente dessa copada linha de bosque assoalhado, subia no pleno resplendor do dia, destacando vigorosamente num relevo nítido sobre o fundo do céu azul-claro, o cume airoso da serra, toda a cor de violeta-escura, coroada pelo Palácio da Pena, romântico e solitário no alto, com o seu parque sombrio aos pés, a torre esbelta perdida no ar, e as cúpulas brilhando ao sol como se fossem feitas de ouro (...)".

Sintra



EM 1992, a UNESCO alargou as categorias do Património Mundial e acrescentou a de Paisagem Cultural que se divide, ela própria, em três sub-categorias.
Pode parecer difícil definir claramente e delimitar uma paisagem que inclui sítios diversos ligados por um carácter geral comum. De resto, uma paisagem nunca é estática; ao contrário, ela está sempre sujeita às mudanças o que a torna difícil de preservar. É sobretudo o caso das paisagens culturais, testemunhos do cunho humano, sempre dinâmico, mas permitindo também que os elementos naturais sigam os seus ritmos biológicos próprios.
A candidatura de uma paisagem cultural para inclusão no Património Mundial exige uma mistura excepcional de sítios naturais e culturais num quadro exemplar. A Serra de Sintra corresponde-lhe de uma forma convincente. Vista de longe (ou a partir de uma fotografia aérea) ela dá a impressão de uma paisagem muito mais natural que se distingue bem dos arredores: uma pequena cadeia montanhosa granítica coberta de florestas, elevando-se da região rural (também ela entrecortada por montes e vales) entre Lisboa e o litoral. Vista de mais perto e percorrendo-a, a Serra revela marcas culturais de uma riqueza surpreendente, cobrindo vários séculos da história de Portugal.
Esta história irradiava da velha vila de Sintra, escolhida como lugar de um palácio real medieval, beneficiando de uma situação climática muito específica no país (e mesmo relativamente à região mediterrânica): verões frescos e invernos doces e soalheiros. A Corte e os nobres do país estabeleciam-se em Sintra e nas vertentes Norte da Serra, ao longo das quais foram erguendo sumptuosas villas e quintas rodeadas de jardins e parques de estilo artístico e de uma flora luxuriante. Por outro lado, a solidão da Serra e suas florestas atraíam monges e eremitas que a enriqueciam de conventos e de ermitérios introduzindo-lhe o aspecto religioso-cultural.
O apogeu deste desenvolvimento extraordinário da paisagem de Sintra foi atingido com o reinado de D. Fernando II da dinastia Saxe-Cobourg-Gotha (1836-1885). Muito ligado a Sintra e à sua paisagem pelas quais nutria um grande afecto, este rei-artista implantaria aqui o romantismo de uma forma esplêndida e única para as regiões mediterrânicas. O rei adquiriu o Convento da Pena situado sobre uma montanha escarpada e transformou-o num palácio fabuloso e mágico, dando-lhe a dimensão máxima que apenas um romântico de uma grande visão artística e de uma grande sensibilidade estética podia sonhar. Este antecipa, por assim dizer, o célebre Castelo de Neuchwanstein erigido por Luís II da Baviera. Além disso, D. Fernando II rodeou o palácio de um vasto parque romântico plantado com árvores raras e exóticas, decorado com fontes, de cursos de água e de cadeias de lagos, de chalets, capelas, falsas ruínas, e percorrido de caminhos mágicos sem paralelo em nenhum outro lugar. O rei tomou também o cuidado de restaurar as florestas da Serra onde milhares de árvores foram plantadas, principalmente carvalhos e pinheiros mansos indígenas, ciprestes mexicanos, acácias da Austrália, e tantas outras espécies que contribuem perfeitamente para o carácter romântico da Serra.
Assim evoluiu na Serra de Sintra uma paisagem cultural de um valor eminente e singular. Do ponto de vista mais natural, associa componentes das floras mediterrânicas e setentrionais a centenas de árvores e flores exóticas num quadro de jardins, parques e florestas verdadeiramente único.
Merecidamente, Sintra foi classificada Património Mundial, no âmbito da categoria “Paisagem Cultural”, no dia 6 de Dezembro de 1995, durante a 19ª Sessão do Comité do Património Mundial da UNESCO realizada em Berlim.



In "Sintra Património da Humanidade"

sábado, 21 de novembro de 2009

Reserva Natural do Estuário do Tejo



A Reserva Natural do Estuário do Tejo, criada em 1976, situa-se a Norte de Alcochete, ocupando uma superfície de 14.560 ha, abrangendo extensa área de águas estuarinas, zonas de lamas e sapal, salinas, mouchões e terrenos agrícolas.
A sua população de aves, de 70 a 80.000 exemplares nos meses de Inverno, torna-a a zona húmida mais importante do país e também de valor internacional.
A concentração de avocetas ou alfaiates (Recurvirostra avosetta) com cerca de metade da população europeia desta espécie confere-lhe, obviamente, um valor excepcional, que o comum habitante da área, habituado a contemplar regularmente os bandos desta espécie, se capacita que tem perante si uma espécie comparativamente rara em termos europeus.
A observação das aves é sempre um espectáculo fascinante podendo aqui experimentar-se a sensação de beleza, força e movimento de figuras verdadeiramente notiveis que bandos de algumas espécies desenham quando levantam voo.

Visite a Reserva Natural do Estuário do Tejo e observe pássaros, flamingos e paisagens muito verdes. Não esqueça a máquina fotográfica.

Saia logo de manhã bem cedo pois todos os minutos são preciosos. Aproveite a oportunidade de poder visitar uma reserva natural a menos de 50 km da capital. Inicie a visita na Sede da Reserva Natural onde poderá ouvir algumas explicações, conselhos e adquirir alguns mapas do terreno.

Depois, é a sua vez de descobrir uma das mais importantes reservas naturais da Europa e um dos mais valiosos tesouros do nosso património natural.
Facilmente se avistam flamingos, que aproveitam a maré baixa para se alimentar nas margens do rio e outros pássaros.

De barco, de carro ou a pé, entre neste mundo cheio de vida que muito poucos conhecem.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Ponte Vasco da Gama



A Ponte Vasco da Gama é uma ponte sobre o rio Tejo, na área da Grande Lisboa, ligando o Montijo e Alcochete a Lisboa e Sacavém, muito próximo do Parque das Nações, onde se realizou a Expo 98. Inaugurada a 4 de Abril de 1998, a ponte é a mais longa da Europa e é actualmente a 5ª mais extensa de todo o mundo, com os seus 17,3 km de comprimento, dos quais 10 estão sobre as águas do estuário do Tejo.

O vão (comprimento do tabuleiro) do viaduto central é de 420 m. Foi construída a fim de constituir uma alternativa à ponte 25 de Abril para o trânsito que circula entre o norte e o sul do país na zona da capital portuguesa.

Aquando da sua construção foi necessário tomar especiais cuidados com o impacto ambiental, visto que atravessa o Parque Natural do Estuário do Tejo, uma importante área à escala europeia de alimentação e nidificação de aves aquáticas. Foi também necessário proceder-se ao realojamento de 300 famílias.

O nome da ponte comemora os 500 anos da chegada de Vasco da Gama à Índia, em 1498.

É uma das mais altas construções de Portugal, com 155 m de altura.

Cruza: Rio Tejo
Localização: Grande Lisboa, Portugal
Mantida por: Lusoponte
Design: Ponte estaiada
Comprimento total: 17.300 m
Largura: 30 m
Altura máxima: 155 m
Data de abertura: 29 de março de 1998

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Convento do Carmo


O Convento da Ordem do Carmo de Lisboa encontra-se no Largo do Carmo e ergue-se sobranceiro ao Rossio (Praça de D. Pedro IV), próximo ao morro do Castelo de São Jorge, na cidade e Distrito de Lisboa, em Portugal.

O monumento, que já foi a principal igreja gótica da capital, ficou em ruínas devido ao terramoto de 1755, não tendo sido reconstruído. Constitui-se em um dos principais testemunhos da catástrofe ainda visíveis na cidade. Actualmente as ruínas abrigam o Museu Arqueológico do Carmo.

É provável que a ruína do Convento do Carmo e do vizinho Convento da Trindade, aquando do terramoto, esteja na origem da expressão Cair o Carmo e a Trindade.

Mandado construir em 1389 pelo Condestável D. Nuno Álvares Pereira, o Convento da Ordem do Carmo ergue-se numa posição privilegiada, sobranceira ao Rossio (Praça de D. Pedro IV), e próxima ao morro do Castelo de São Jorge.
A igreja do convento, que já foi a principal igreja gótica de Lisboa, ficou em ruínas devido ao Terramoto de 1755 e é uma das principais marcas deixadas pelo terramoto ainda visíveis na cidade. O convento eventualmente passou a ser uma dependência militar e, durante a Revolução dos Cravos, foi no quartel do Carmo que o Presidente do Conselho do Estado Novo, Marcelo Caetano, se refugiou dos militares revoltosos. Actualmente as ruínas são sede do Museu Arqueológico do Carmo.

Neste museu existe uma colecção histórica de valor incalculável, com peças que retratam épocas tão distintas como a pré-história e a contemporaneidade. Por isso, faça questão de ir além da riqueza exterior destas ruínas e dê uma espreitadela no interior para uma gratificante viagem ao passado!

Visitas:
Seg a Sáb: 10h-17h| Encerra nos feriados: Ano Novo, Domingo de Páscoa, 1º de Maio e Natal
€2,50; Fer. até às 14h00: entrada gratuita;.(-25 anos), estudantes e reformados: €1,50.


segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Elevador de Santa Justa



O Elevador de Santa Justa, também conhecido como Elevador do Carmo, é um dos monumentos mais interessantes da Baixa, centro histórico lisboeta. Concebido por Raoul Mesnier du Ponsard, o elevador liga a Baixa ao Bairro Alto e apresenta um design neogótico romântico.
Abriu em 1902, altura em que funcionava a vapor, e em 1907 começou a trabalhar a energia eléctrica, sendo o único elevador vertical em Lisboa a prestar um serviço público. Feito inteiramente de ferro fundido e enriquecido com trabalhos em filigrana, o elevador dentro da torre sobe 45 metros e leva 45 pessoas em cada cabine (existem duas).
A bilheteira localiza-se por trás da torre, nos degraus da Rua do Carmo. Os passageiros podem subir ou descer pelo elevador dentro de duas elegantes cabinas de madeira com acessórios de latão.
O café no topo conta com vistas magníficas sobre o centro de Lisboa e o Rio Tejo.


sábado, 14 de novembro de 2009

Jardim Botânico

Breve História

O Jardim Botânico da Universidade de Lisboa é um jardim científico, projectado em meados do século XIX. Começado a plantar em 1873, por iniciativa dos professores Conde de Ficalho e Andrade Corvo, acabou por ser inaugurado em 1878. Foi desde logo considerado um moderno e útil complemento para o ensino e investigação botânicas na Escola Politécnica, escola símbolo dos novos rumos de progresso social e científico que a revolução liberal trouxe a Portugal.

O local escolhido no Monte Olivete para a implantação do novo jardim tinha já mais de dois séculos de tradição no estudo da Botânica, iniciado desde o colégio jesuíta da Cotovia aqui sediado, com o seu Horto Botânico.

A enorme diversidade de plantas recolhidas pelos seus primeiros jardineiros, o alemão E. Goeze e o francês J. Daveau, provenientes dos quatro cantos do mundo em que havia territórios sob soberania portuguesa, patenteava a importância da potência colonial que Portugal então representava, mas que na Europa não passava de uma nação pequena e marginal.

A elevada qualidade do projecto, bem ajustado ao sítio e ao ameno clima de Lisboa, cedo foi comprovada. Mal acabadas de plantar, segundo o caprichoso desenho das veredas, canteiros e socalcos, interligados por lagos e cascatas, as jovens plantas rapidamente prosperavam, ocupando todo o espaço e deixando logo adivinhar como, com o tempo, a cidade viria a ganhar o seu mais aprazível espaço verde e o de maior interesse cénico e botânico. Em pleno coração de Lisboa e em forte contraste com o seu bulício, as cores e as sombras, os cheiros e os sons do Jardim da Politécnica dão recolhimento e deleite. E, tratando-se de um jardim botânico, outras funções desempenha o Jardim, que não apenas as de lazer e recreio passivo.

As colecções sistemáticas servem vários ramos da investigação botânica, demonstram junto do público e das escolas a grande diversidade de formas vegetais e múltiplos processos ecológicos, ao mesmo tempo que representam um meio importante e efectivo na conservação de plantas ameaçadas de extinção.

Algumas colecções merecem menção especial. A notável diversidade de palmeiras, vindas de todos os continentes, confere inesperado cunho tropical a diversas localizações do Jardim. As cicadáceas são um dos ex-libris do Jardim. Autênticos fósseis vivos, representam floras antigas, que na maioria se extinguiram. Hoje, são todas de grande raridade, havendo certas espécies que só em jardins botânicos se conservam. O Jardim é particularmente rico em espécies tropicais originárias da Nova Zelândia, Austrália, China, Japão e América do Sul, o que atesta a amenidade do clima de Lisboa e as peculariedades dos microclimas criados neste Jardim.
Na esteira do que acontece na generalidade dos jardins botânicos, também este Jardim, em estreita colaboração com os restantes museus da Politécnica desenvolve, em permanência, activos programas de educação ambiental, para os diferentes níveis etários da população estudantil e oferece visitas temáticas guiadas.


Horários de abertura:
Verão (1 de Abril a 31 de outubro)
Dias úteis – Das 9h00 às 20h00
Fins de semana e feriados – Das 10h00 às 20h00

Inverno (1 de Novembro a 31 de Março)
Dias úteis – Das 9h00 às 18h00
Fins de semana e feriados – Das 10h00 às 18h00
Fechado nos dias de Natal e Ano Novo

Preços
Adultos – 1,50 euros
Maiores de 65, estudantes e cartão jovem – 0,75 euros
Crianças (até aos 6 anos inclusivé) – Grátis
Passes anuais – 8,50 euros
Alunos integrados em grupos escolares – 0,50 euros (cada estudante)
Sócios da Liga dos Amigos do Jardim Botânico – Grátis
Funcionários e alunos da Universidade de Lisboa – Grátis
Animais (cães) – Deixou de ser permitida a entrada de cães no Jardim Botânico.


Como chegar ao Jardim Botânico
Metro : Rato, Linha Amarela
Autocarros: 58 e 773 (paragem em frente à entrada pela Rua da Escola Politécnica) 92, 790 (paragem no Príncipe Real), 74 (paragem Rato)
A pé: Subindo a Sétima Colina, que se estende entre o Cais do Sodré e o Rato

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Monumentos - Castelo de São Jorge

Sobre o Castelo ...
Declarado Monumento Nacional em 1910, pouco antes da implantação da República, o Castelo de São Jorge ergue-se na mais alta colina de Lisboa e foi desde muito cedo um espaço aprazível para a ocupação humana, datando do século II a.C. a primeira fortificação conhecida.

Intervenções arqueológicas permitiram registar testemunhos de ocupação desde pelo menos o século VI a.C.. Fenícios, Gregos, Cartaginenses, Romanos e Muçulmanos por aqui passaram.

O Castelo sofreu importantes intervenções de restauro na década de 1940 e no final da década de 1990, que tiveram o mérito de reabilitar o monumento, actualmente um dos locais mais visitados pelo turista na cidade de Lisboa.

O monumento oferece aos visitantes os jardins e miradouros de onde se pode observar a cidade em todo o seu esplendor, um espectáculo multimédia (Olisipónia), uma câmara escura (Torre de Ulisses – viagem de 360º sobre Lisboa), espaço de exposições, sala de reuniões/recepções (Casa do Governador) e loja temática.


Passeios e Visitas

Um “passeio” de 360 graus por Lisboa

O Castelo de São Jorge, o monumento mais visitado na cidade de Lisboa, com um milhão de visitas/ano, está agora dotado de novas funcionalidades que permitem, aos seus visitantes, conhecer um pouco mais da história de Lisboa.

A EGEAC (Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural) que gere o Castelo de São Jorge, apostou no aumento da oferta do Castelo, dotando-o com novas valências, como uma Galeria de Arte e uma Estação de Achados Arqueológicos.
A Galeria de Arte, instalada nas antigas prisões do Castelo, acolhe, ao longo do ano, diferentes exposições relacionadas com a história e cultura do país.
A partir do Verão de 2005, será aberta ao público uma estação arqueológica, onde é possível observar vestígios de um antigo bairro islâmico, dos séculos XI e XII. Também no próximo Verão, num espaço contíguo ao da Galeria do Castelo, será constituído um núcleo museológico, onde serão apresentadas algumas peças resultantes das escavações realizadas, como moedas de diferentes épocas, cerâmicas, azulejos e trabalhos em pedra.
Na Olisipónia é possível assistir a um espectáculo multimédia instalado nas Salas Ogival, da Cisterna e das Colunas. Num videowall com 10 monitores, através de um jogo de espelhos, o visitante pode visionar imagens que lhe permitem ter uma maior percepção do período dos Descobrimentos. Numa outra sala, é narrada a evolução da cidade, desde as primeiras ocupações até à Expo’98. As imagens são sempre acompanhadas de uma descrição em cinco línguas (português, espanhol, inglês, francês e alemão).
A Câmara Escura, situada na torre principal do Castelo, a Torre de Ulisses, a 110 metros do nível do mar, permite que o visitante “descubra” a cidade ao longo de uma viagem de 360 graus. Através de um periscópio são projectas imagens vivas da cidade de Lisboa, em tempo real, sendo mesmo possível avistar os carros a passar na Ponte 25 de Abril.

domingo, 8 de novembro de 2009

Lisboa vista do youtube - som e imagem

A cidade em imagens:


Lisboa ao som de uma voz espanhola

Mais imagens ao som de Moro em Lisboa - Madredeus

Lisboa, menina e moça!

Lisboa, não sejas francesa!

TUIST



sábado, 7 de novembro de 2009

Locais de Referência - Rua Augusta




É na Baixa Pombalina de Lisboa que se situa a Rua Augusta entre as maiores praças da nossa capital a Praça do Comércio e a Praça do Rossio.
É uma zona de excelência de lojas de moda, bancos e de esplanadas entre outros, ao longo da sua formosa caminhada entre as referidas praças. Sem trânsito e com bonitos desenhos de arabescos em basalto negro e branco é um convite ameno na cidade.

Percorrendo-a divisamos um Arco que é o mais masjestoso de toda esta Rua. No topo do mesmo um relógio vetusto e que nos alegra ao passar com a sua espontaneidade. Daqui avistamos o fim da Praça do Comércio que é a zona política de muitos Ministérios, o Rio Tejo com seu largo caudal.

Nestas duas Praças muitos episódios políticos de grande monta se passaram ao longo dos séculos.
Alguns deles viraram por completo a História do nosso País como no caso da Praça do Comércio o acabar do jugo espanhol com o atirar pela janela de um dos tiranos ocupacionistas. O assassinato do Rei D.Carlos e herdeiro e fim da Monarquia e instauração da Républica. Mais tarde o fim do fascismo como ponto de reunão do Movimento das Forças Armadas restituindo ao País sua liberdade novamente no progresso político.
Em contraste a Inquisição aqui fez autos de fé que são condenações à morte por fogueira a pessoa livre o mais, em ambas as Praças.

Protestos, artistas de rua e manifestações culturais aqui se ouvem.

Na Praça do Rossio encontra-se a Estátua do Rei Dom Pedro IV de Portugal no topo de uma coluna que foi o primeiro soberano no Brasil e que por este se tornou Independente e também Imperador no mesmo.

No Terreiro do Paço designação por que se conheceu e ainda a dita Praça do Comércio e também ao centro da mesma a estátua equestre do Rei Dom José I e aonde foi residência Real por cerca de quatrocentos anos e o maior largo da nossa capital.

Aqui se fazem muitas exposições ao ar livre, protestos e no Natal por vezes aí uma árvore gigante de dois milhões de luzes e estrutura metálica toda enfeitada. A maior da Europa.

O Arco do Triunfo da Rua Augusta foi eregido em memória da reconstrução de Lisboa depois do terramoto de 1755. Por duas vezes sendo a primeira demolida e da autoria de Veríssimo Costa o actual e inaugurado em 1873.
No topo da mesma temos de Anatole Calmels as esculturas de Glória coroando o Génio e o Valor.

Mais abaixo e no plano intermédio e ladeando o mesmo temos do escultor Vitor Bastos as figuras de Viriato, Nuno Álvares Pereira, Vasco da Gama e Marquês de Pombal figuras ao longo do nosso Património e algumas discussões houve na época acerca de quem nos representaria. Ladeando estas as figuras vetustas dos rios Tejo e Douro.

A Rua Augusta assenta por sobre colunas de madeira que estão dentro de água e são o sustentáculo desta zona da Baixa.
Sob a mesma se encontram vestígios do passado bem patenteadas num dos Museus mostrando as diferentes vidas e ocupações a que Lisboa foi dando origem desde 700 anos a. C.

Existem também galerias romanas ou criptopórticos que são estruturas de galerias enormes que permitem em terrenos irregulares a construção de grandes edifícios em tempos recuados e que no fundo acabaram de servir de base também à estrutura da baixa pombalina e ainda anteriores a Cristo.
A rua foi eregida em 1940 por ocasião da Exposição Internacional que se realizava em Lisboa.

É de construção anti-símica e medidas antí-fogo e com materiais pré-construidos em granito e por isso de igual similaride o seu casario o que na realidade é um caso bem desenvolvido para a época e com aproveitamento desigual da fachada para as ruas laterais e igual entre si.

Duas inscrições de salientar na Rua. A primeira em latim no topo do Arco e que simboliza o fervor das descobertas e do Mundo exterior. "Às Virtudes dos Maiores, para que sirva a todos de ensinamento. Dedicado a expensas públicas." A segunda encontra-se numa lápide negra e diz: "Onde os homens estão condenados a viver na miséria, aí os direitos Humanos são violados. Unir-se para os fazer respeitar é um dever sagrado."

É uma cópia da que se encontra cerca da torre Eiffel em Paris honrando a Declaração Universal dos Direitos Humanos ali assinada em 1948 e em honra das vítimas da pobreza.

De um lado o relógio do outro o escudo Real e entre eles e no interior do Arco na abóbada uma roseta encimam com este o início da Rua Augusta no fundo do vale bonito da cidade.


sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Monumentos - Estação do Rossio


Introdução
A Estação Ferroviária do Rossio é uma estação da linha de Sintra da rede de comboios suburbanos de Lisboa. Fica situada entre o Rossio e a Praça dos Restauradores, em Lisboa.

Foi autor do projecto o arquitecto José Luís Monteiro, por encomenda da Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses. A obra teve início, em 1886, tendo sido adjudicada a uma empresa belga, e incluiu, além da construção da estação, a escavação do túnel ferroviário, a ligação rodoviária à Calçada do Carmo e a construção do Hotel Palace.

Foi inaugurada em 23 de Novembro de 1890, com o nome de Estação da Avenida.

Características
Em estilo neo-manuelino, a estação de comboios do Rossio é um incrível monumento. As oito portas combinam com as nove janelas e com o relógio incrivelmente decorado, situado no cimo da fachada.

A estação do Rossio é curiosa, na medida em que as plataformas de embarque se encontram a cerca de 30 metros acima da entrada principal. Daqui partem comboios para a encantadora região de Sintra, passando por Queluz.

Construída em 1886/87, esta estação foi recentemente renovada. A plataforma de embarque está agora ligada ao Metro e conta com um dos mais magníficos trabalhos: olhe para o tecto e deslumbre-se! Faça questão de visitar a estação do Rossio. Tenho certeza que não se arrependerá.


Transportes urbanos

Autocarros da Carris:

* 36 Odivelas - Cais do Sodré
* 44 Moscavide - Cais do Sodré
* 709 Campo de Ourique - Praça do Comércio
* 711 Damaia - Praça do Comércio
* 732 Hospital de Santa Maria - Caselas
* 745 Prior Velho - Santa Apólonia
* 91 Aerobus

Metropolitano de Lisboa:

* Santa Apolónia - Falagueira via Marquês de Pombal, Sete Rios e Pontinha

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Curiosidades - SABIA QUE ..?

Na Lisboa da época romana, acreditava-se que as éguas concebiam do vento?
É Plínio o Moço quem escreve sobre o facto das éguas conceberem do vento “ Olissipo equarum e Favonio conceptu nobile”. A lenda é repetida por outros autores clássicos.

Sabe quais são as colinas de Lisboa?
A descrição das sete colinas de Lisboa aparece pela primeira vez no Livro das Grandezas de Lisboa, de Frei Nicolau de Oliveira. A primeira é São Vicente, a segunda Santo André, a terceira a colina do Castelo, a quarta a colina de Santana, a quinta S. Roque, a sexta Chagas, e a sétima a colina de Sta Catarina do Monte Sinai.

Os Regicidas estão sepultados no Cemitério do Alto de S. João?
Alfredo Costa e Manuel Buíça estão sepultados no Cemitério do Alto de S. João, sem que a sua campa esteja assinalada. Em 1914, a Associação do Registo Civil e do Livre Pensamento adquiriu uma concessão de terreno para mandar erguer um monumento à memória dos regicidas. Durante o Estado Novo, o monumento foi desmantelado, e os corpos trasladados para local não identificado.

Sabe onde estão os restos mortais do Marquês de Pombal?
A urna com o corpo do Marquês de Pombal foi trasladada de Coimbra para Lisboa e esteve primeiramente na Igreja do Convento de Arroios, até ser enviada para a Igreja de Jesus ou das Mercês (freguesia onde nasceu o Marquês) e de onde partiu em definitivo para a Igreja da Memória, onde actualmente se encontra.

Sabe porque os lisboetas são chamados de alfacinhas?
Acredita-se que durante o domínio muçulmano já se plantavam alfaces pelas colinas de Lisboa. Este foi também o único alimento que restou aos lisboetas durante um dos muitos cercos que a cidade sofreu.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Gastronomia - Pastéis de Belém

Boa tarde,

Hoje falaremos dos tão famosos e saborosos Pastéis de Belém! Lisboa não seria Lisboa sem estes fantásticos pastéis!


História:
O sabor da Tradição

No inicio do Século XIX, em Belém, junto ao Mosteiro dos Jerónimos, laborava uma refinação de cana-de-açucar associada a um pequeno local de comércio variado.
Como consequência da revolução Liberal ocorrida em 1820, são em 1834 encerrados todos os conventos de Portugal, expulsando o clero e os trabalhadores.

Numa tentativa de sobrevivência, alguém do Mosteiro põe à venda nessa loja uns doces pastéis, rapidamente designados por "Pastéis de Belém".

Na época, a zona de Belém era distante da cidade de Lisboa e o percurso era assegurado por barcos de vapor. No entanto, a imponência do Mosteiro dos Jerónimos e da Torre de Belém, atraíam os visitantes que depressa se habituaram a saborear os deliciosos pastéis originários do Mosteiro.

Em 1837, inicia-se o fabrico dos "Pastéis de Belém", em instalações anexas à refinação, segundo a antiga "receita secreta", oriunda do convento. Transmitida, e exclusivamente conhecida pelos mestres pasteleiros que fabricam artesanalmente na "Oficina do Segredo", este receita mantém-se igual até aos dias de hoje.

De facto, a única verdadeira fábrica dos "Pastéis de Belém" consegue, através de uma criteriosa escolha de ingredientes, proporcionar hoje, o paladar da antiga doçaria portuguesa.

Curiosidades:
Todas as manhãs, o 'mestre dos pastéis' inicia a sua tarefa na cozinha, usando uma receita única em todo o mundo. Para além de juntar os ingredientes certos nas quantidades certas, a arte destas pequenas delícias vive muito na confecção segundo os métodos tradicionais - não há cá máquinas, apenas mãos cuidadosas e talentosas!

Tal como grande parte da doçaria portuguesa, os Pastéis de Belém estão ligados a raízes conventuais. Reza a lenda que havia um confeiteiro, dono de uma refinaria de açúcar - Domingos Rafael Alves -, que se tornou amigo de um pasteleiro que trabalhava no Mosteiro dos Jerónimos. Com a revolução de 1820, desapareceram muitas ordens religiosas, deixando monges e freiras desalojados e muitos trabalhadores desempregados.

Foi nessa altura que o confeiteiro contratou o pasteleiro - detentor da receita dos pastéis, o homem que impulsionou verdadeiramente a loja de Domingos Rafael e a única fábrica de Pastéis de Belém!
Entretanto, por trás da fachada da refinaria, o pasteleiro trabalhava até de madrugada, tendo a patente da receita sido registada um pouco mais tarde e mantida em segredo até hoje. Nos dias que correm, a fábrica produz cerca de 14 mil pastéis por dia. Pergunta-se se os conseguem vender todos? Se ainda tiver dúvidas, só há uma maneira de saber... prove um... se apenas um conseguir satisfazer a sua curiosidade...

À medida que a produção foi aumentando, a necessidade de mais trabalhadores foi-se tornando uma séria preocupação. A possibilidade de haver uma fuga de informação era algo que não podia de maneira nenhuma acontecer, razão pela qual se optou por escolher o novo pasteleiro entre o pessoal da empresa - neste caso, tinham que trabalhar na empresa há pelos menos 25 anos e tinha que ser alguém em quem a empresa confiasse. Mesmo assim, tinham que fazer um voto e assinar um acordo em que se comprometiam a não revelar o segredo dos pastéis. Se quebrassem o acordo, veriam as suas propriedades expropriadas e até podiam ir parar à prisão. Felizmente, nunca ninguém o quebrou e o segredo mantém-se dentro das paredes da fábrica.


Pode comer pastéis de nata em muitos cafés, mas nenhum terá o sabor do original, especialmente quando ainda vem quentinho e é servido com açúcar em pó e canela. Mas, mesmo frios, continuam a ser incrivelmente deliciosos.


E saiba que pode levá-los consigo. Embalados em caixa com o logotipo da fábrica, vêm com pacotinhos de açúcar em pó e canela, para que não perca nada! Antes de sair da fábrica, preste atenção à sua volta - ficará encantado com os painéis azulejos que encontra em algumas das cinco salas abertas ao público.


Onde os podem encontrar: Rua de Belém nº 84 a 92 1300-085 Lisboa
Telefone: 21 363 74 23

Horário de Funcionamento:
Inverno -
1 de Novembro a 30 de Abril
De Segunda a Sábado das 8h00m às 23h00m
Domingo das 8h00m às 22h00m

Verão -
1 de Maio a 31 de Outubro
De Segunda a Domingo das 8h00m às 24h00m

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Locais de Referência - Praça do Comércio


Não só os monumentos mas também vários locais de referência marcam a história da nossa Lisboa.

Hoje apresentamo-vos a Praça do Comércio.

É fácil descrever a Praça do Comércio, também conhecida como Terreiro do Paço, em apenas uma palavra : UAU! Esta é uma das praças mais majestosas de Lisboa e foi, em tempos, a principal entrada marítima da cidade. Ainda hoje pode ver a escadaria em mármore que sai do Rio Tejo em direcção à Praça do Comércio. O nome Terreiro do Paço é, claramente, uma referência ao Palácio que aqui esteve durante 400 anos, até à altura do terramoto de 1755 que o destruiu quase na totalidade.

História
Em 1511, o rei D. Manuel I transferiu a sua residência do Castelo de São Jorge para este sítio junto ao rio. O Paço da Ribeira, bem como a sua biblioteca de 70.000 volumes, foram destruídos pelo terramoto de 1755. Na reconstrução, a praça tornou-se no elemento fundamental do plano do Marquês de Pombal. Os edifícios, com arcadas que circundam a praça, albergam alguns departamentos de vários Ministérios do Governo Português, com excepção do famoso café Martinho da Arcada, o mais antigo de Lisboa, e um dos preferidos de Fernando Pessoa.

Após a Revolução de 1910 os edifícios foram pintados a cor-de-rosa republicano. Contudo, voltaram recentemente à sua cor original, o amarelo. O lado sul, com as suas duas torres quadradas, está virado para o Tejo. Essa foi sempre a entrada nobre de Lisboa e, nos degraus de mármore do Cais das Colunas, vindos do rio, desembarcam chefes de estado e outras figuras de destaque (como Isabel II de Inglaterra ou Gungunhana). Ainda é possível experimentar essa impressionante entrada em Lisboa nos cacilheiros, os barcos que ligam a cidade a Cacilhas. Hoje, o espectáculo é prejudicado pelo trânsito na Avenida da Ribeira das Naus, que corre ao longo da margem.

Um facto interessante são os banhos semanais que ocorriam antigamente no cais, nos quais algumas pessoas ousavam e se banhavam nuas - o que causou indignação na época. No centro da praça, vê-se a estátua equestre de D. José I, erigida em 1775 por Joaquim Machado de Castro, o principal escultor português do século XVIII. Ao longo dos anos, a estátua de bronze ganhou uma patina verde. No lado norte da praça, encontra-se o Arco Triunfal da Rua Augusta, é a entrada para a Baixa.

Acontecimentos Históricos
A 1 de Fevereiro de 1908, o rei D. Carlos e seu filho Luís Filipe foram assassinados quando passavam na praça.
No dia 25 de Abril de 1974, a praça assistiu à Revolta do Movimento das Forças Armadas, que derrubou o governo de Marcello Caetano e o Estado Novo, numa revolução sem derrame de sangue. A área serviu como parque de estacionamento durante os década de 1990, mas hoje este vasto espaço é usado para eventos culturais e espectáculos.


Características
No lado norte, a praça é centrada por um impressionante arco que conduz à Rua Augusta, uma das principais áreas de comércio pedestre da baixa de Lisboa. O arco está decorado com estátuas de personalidades históricas, como Vasco da Gama (marinheiro português) e Marquês do Pombal (responsável pela reconstrução de Lisboa depois do grande terramoto).

Os espaçosos edifícios arqueados, que se estendem pelos outros três lados da praça, são hoje sede de departamentos governamentais e de alguns restaurantes.
E por falar em restaurantes, é também nesta praça que encontra o café mais antigo de Lisboa: o "Martinho da Arcada" abriu as portas com candeeiros que ainda funcionavam a petróleo, passando depois para a iluminação a gás e muito mais tarde para a electricidade. O "Martinho da Arcada" viveu as grandes revoluções dos últimos dois séculos e recebeu à sua mesa clientes como Bocage, Fernando Pessoa e Amália.
No centro da Praça do Comércio, em tempos usado como parque de estacionamento e devolvido recentemente aos Lisboetas, encontra a estátua do Rei José I (rei de Portugal na altura do terramoto de 1755.



segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Monumentos - Basílica da Estrela


Boa tarde caros leitores,

Hoje trago até vós a Basílica da Estrela!

História
Em 1760, a princesa herdeira D. Maria Francisca, futura rainha D. Maria I, fez um voto no dia do seu casamento de que no caso de ter um filho varão, que veio a nascer em 1761, procederia à construção de um convento para as religiosas Carmelitas Descalças.


Em 1777, após a morte de D. José I, D. Maria I escolheu o local conhecido por Casal da Estrela, propriedade da Casa do Infantado, para a construção da basílica e chamou Mateus Vicente de Oliveira para a projectar, cuja planta é aprovada em 1779.
Porém, em Março de 1785, com a morte de Mateus Vicente, Reinaldo Manuel introduziu algumas alterações no projecto do seu antecessor, e de uma igreja que inicialmente se apresentava sóbria e simples resultou um edifício mais elaborado e ornamentado à semelhança do Convento de Mafra.

É uma das mais brilhantes realizações do Barroco tardio, com inclusão de elementos já neoclássicos. A Basílica da Estrela é o próprio panteão da D. Maria I, a única rainha da Dinastia de Bragança que não está sepultada no Mosteiro de São Vicente de Fora.

Características
O templo apresenta características do estilo barroco final e do neoclássico.
A fachada é ladeada por duas torres gémeas e decorada com estátuas de santos e figuras alegóricas.
O amplo interior, de mármore cinzento, rosa e amarelo, iluminado por aberturas na cúpula, infunde respeitoso temor. Várias pinturas de Pompeo Batoni adornam o seu interior. O túmulo estilo império, de D. Maria I, que faleceu no Brasil, está no transepto direito. Encerrado numa sala ali perto, existe um extraordinário presépio de Machado de Castro, formado por mais de 500 figuras de cortiça e terracota.

Passeios e Visitas
Onde: Largo da Estrela, Estrela
Como: Eléctrico 25 ou 28 na Praça do Comércio
Quando: das 8h às 13h e das 15h às 20h

Referências:
"Guia da Cidade"
"Wikipédia"

domingo, 1 de novembro de 2009

Monumentos de Lisboa - Aqueduto das Águas Livres




Boa tarde nossos caros leitores,

Depois da breve cronologia apresentada, decidimos começar a apresentar-vos os monumentos de Lisboa.
Comecemos então pelo nosso velhinho Aqueduto das Águas Livres.

Desde que as populações se começaram a instalar na região de Lisboa, que a escassez de água potável foi uma constante. Apesar da existência de um rio no local, o Tejo, a sua água é imprópria para consumo, pois a ampla foz do rio faz com que a água seja contaminada pelo mar, tendo por isso níveis de salinidade inadequados. A única área de Lisboa com nascentes de água era o bairro de Alfama. Com o crescimento da cidade para fora das cercas medievais foi-se instalando uma situação de défice crónico no abastecimento de água. Foi ganhando então força a ideia de aproveitar as águas do vale da ribeira de Carenque, na região de Belas. Estas águas foram primeiramente utilizadas pelos romanos, que aí haviam construído uma barragem e um aqueduto.

História:

Em 1571, Francisco de Holanda (1517 - 1585) propõe a D. Sebastião (1554 - 1578) na sua obra Da Fábrica que Falece à Cidade de Lisboa que estabelecesse uma rede de abastecimento de água que servisse a cidade de Lisboa, rede essa que tinha já sido iniciada pelos romanos. Os vestígios do aqueduto romano eram ainda suficientes para que tivessem sido considerados, em 1620, para a passagem das Águas Livres de Lisboa. Anos mais tarde, D. Filipe II (1578 - 1621) instituiu o real da água, um imposto sobre a carne e vinho que tinha como objectivo principal o financiamento das obras de construção do sistema de abastecimento de água para a capital. Porém, o projecto não foi sequer iniciado, tendo o dinheiro angariado por esse imposto sido utilizado para ajudar pobres e doentes, e também para financiar a guerra no Brasil e na Índia.

Construção:

O Aqueduto das Águas Livres foi mandado construir pelo Rei D. João V, a fim de fornecer água a Lisboa, de acordo com o projecto de Manuel da Maia, tendo abastecido a cidade a partir de 1748.
Com 14 Km de extensão desde a nascente principal e diversos aquedutos subsidiários e de distribuição, com um total de 58 Km, abastecia uma rede de chafarizes na cidade. O Aqueduto possui, na sua parte mais monumental, um conjunto de 35 arcos, de autoria de Custódio Vieira, sobre o Vale de Alcântara, onde se destaca o maior arco em pedra de vão do mundo, com 65 m de altura e 32 m de abertura.
As águas chegavam a Lisboa ao Reservatório da Mãe de Água das Amoreiras, construído entre 1746 e 1834, segundo planos de Carlos Mardel, a quem se deve, entre outras obras, também o arco triunfal que celebra a obra de D. João V. Integram actualmente o Museu da Água da EPAL.

Período de Funcionamento
O caminho público por cima do aqueduto, esteve fechado desde 1853, em parte devido aos crimes praticados por Diogo Alves (o Pancadas), um criminoso que lançava as suas vítimas do alto dos arcos depois de as roubar, simulando um suicídio, e que foi o último decapitado da História de Portugal.
Em 1880, a importância do aqueduto diminuiu bastante devido ao início da exploração das águas do Alviela, através do Aqueduto do Alviela que levava a água até ao reservatório dos Barbadinhos onde a água era elevada com máquinas a vapor, alimentando Lisboa de água potável. O aqueduto manteve-se porém em funcionamento até 1968, tendo sido definitivamente desactivado pela EPAL em 1967.

Passeios e Visitas Guiadas

A Rainha Refresca-se – na pista do Barroco

O percurso “A Rainha Refresca-se” recria o espirito barroco e proporciona a visita a locais de inédita beleza ao longo das nascentes, de Caneças ao Vale de Alcântara, refazendo o percurso pelo Aqueduto das Águas Livres que a família real, a corte e o povo faziam ao deslocar-se de Mafra a Queluz.
Estamos às portas do século das luzes, a época que privilegia a razão por excelência e coloca no auge o espírito barroco onde se assiste à procura do êxtase da grandiosidade, como se se quisesse criar impressão a todo o custo. Dá-se início a uma consciência de que a grandiosidade das obras públicas são o melhor símbolo de prestígio para o poder vigente. As galerias do Aqueduto assemelham-se mais às alas de um convento do que a simples condutas de água. Os respiradouros, situados ao longo das extensas galerias, oferecem um espectáculo natural de luz minimalista.
São estes jogos de luz, ar, sombra, respiração e a nobreza da pedra que tocam a imaginação e levam-nos até à “Rainha Refresca-se”.

Sáb e Dom. :9.30h-13.00h (de Março a Novembro)
Preço: 52,50€ (com almoço)
38,05€ (sem almoço)