sábado, 7 de novembro de 2009

Locais de Referência - Rua Augusta




É na Baixa Pombalina de Lisboa que se situa a Rua Augusta entre as maiores praças da nossa capital a Praça do Comércio e a Praça do Rossio.
É uma zona de excelência de lojas de moda, bancos e de esplanadas entre outros, ao longo da sua formosa caminhada entre as referidas praças. Sem trânsito e com bonitos desenhos de arabescos em basalto negro e branco é um convite ameno na cidade.

Percorrendo-a divisamos um Arco que é o mais masjestoso de toda esta Rua. No topo do mesmo um relógio vetusto e que nos alegra ao passar com a sua espontaneidade. Daqui avistamos o fim da Praça do Comércio que é a zona política de muitos Ministérios, o Rio Tejo com seu largo caudal.

Nestas duas Praças muitos episódios políticos de grande monta se passaram ao longo dos séculos.
Alguns deles viraram por completo a História do nosso País como no caso da Praça do Comércio o acabar do jugo espanhol com o atirar pela janela de um dos tiranos ocupacionistas. O assassinato do Rei D.Carlos e herdeiro e fim da Monarquia e instauração da Républica. Mais tarde o fim do fascismo como ponto de reunão do Movimento das Forças Armadas restituindo ao País sua liberdade novamente no progresso político.
Em contraste a Inquisição aqui fez autos de fé que são condenações à morte por fogueira a pessoa livre o mais, em ambas as Praças.

Protestos, artistas de rua e manifestações culturais aqui se ouvem.

Na Praça do Rossio encontra-se a Estátua do Rei Dom Pedro IV de Portugal no topo de uma coluna que foi o primeiro soberano no Brasil e que por este se tornou Independente e também Imperador no mesmo.

No Terreiro do Paço designação por que se conheceu e ainda a dita Praça do Comércio e também ao centro da mesma a estátua equestre do Rei Dom José I e aonde foi residência Real por cerca de quatrocentos anos e o maior largo da nossa capital.

Aqui se fazem muitas exposições ao ar livre, protestos e no Natal por vezes aí uma árvore gigante de dois milhões de luzes e estrutura metálica toda enfeitada. A maior da Europa.

O Arco do Triunfo da Rua Augusta foi eregido em memória da reconstrução de Lisboa depois do terramoto de 1755. Por duas vezes sendo a primeira demolida e da autoria de Veríssimo Costa o actual e inaugurado em 1873.
No topo da mesma temos de Anatole Calmels as esculturas de Glória coroando o Génio e o Valor.

Mais abaixo e no plano intermédio e ladeando o mesmo temos do escultor Vitor Bastos as figuras de Viriato, Nuno Álvares Pereira, Vasco da Gama e Marquês de Pombal figuras ao longo do nosso Património e algumas discussões houve na época acerca de quem nos representaria. Ladeando estas as figuras vetustas dos rios Tejo e Douro.

A Rua Augusta assenta por sobre colunas de madeira que estão dentro de água e são o sustentáculo desta zona da Baixa.
Sob a mesma se encontram vestígios do passado bem patenteadas num dos Museus mostrando as diferentes vidas e ocupações a que Lisboa foi dando origem desde 700 anos a. C.

Existem também galerias romanas ou criptopórticos que são estruturas de galerias enormes que permitem em terrenos irregulares a construção de grandes edifícios em tempos recuados e que no fundo acabaram de servir de base também à estrutura da baixa pombalina e ainda anteriores a Cristo.
A rua foi eregida em 1940 por ocasião da Exposição Internacional que se realizava em Lisboa.

É de construção anti-símica e medidas antí-fogo e com materiais pré-construidos em granito e por isso de igual similaride o seu casario o que na realidade é um caso bem desenvolvido para a época e com aproveitamento desigual da fachada para as ruas laterais e igual entre si.

Duas inscrições de salientar na Rua. A primeira em latim no topo do Arco e que simboliza o fervor das descobertas e do Mundo exterior. "Às Virtudes dos Maiores, para que sirva a todos de ensinamento. Dedicado a expensas públicas." A segunda encontra-se numa lápide negra e diz: "Onde os homens estão condenados a viver na miséria, aí os direitos Humanos são violados. Unir-se para os fazer respeitar é um dever sagrado."

É uma cópia da que se encontra cerca da torre Eiffel em Paris honrando a Declaração Universal dos Direitos Humanos ali assinada em 1948 e em honra das vítimas da pobreza.

De um lado o relógio do outro o escudo Real e entre eles e no interior do Arco na abóbada uma roseta encimam com este o início da Rua Augusta no fundo do vale bonito da cidade.


sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Monumentos - Estação do Rossio


Introdução
A Estação Ferroviária do Rossio é uma estação da linha de Sintra da rede de comboios suburbanos de Lisboa. Fica situada entre o Rossio e a Praça dos Restauradores, em Lisboa.

Foi autor do projecto o arquitecto José Luís Monteiro, por encomenda da Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses. A obra teve início, em 1886, tendo sido adjudicada a uma empresa belga, e incluiu, além da construção da estação, a escavação do túnel ferroviário, a ligação rodoviária à Calçada do Carmo e a construção do Hotel Palace.

Foi inaugurada em 23 de Novembro de 1890, com o nome de Estação da Avenida.

Características
Em estilo neo-manuelino, a estação de comboios do Rossio é um incrível monumento. As oito portas combinam com as nove janelas e com o relógio incrivelmente decorado, situado no cimo da fachada.

A estação do Rossio é curiosa, na medida em que as plataformas de embarque se encontram a cerca de 30 metros acima da entrada principal. Daqui partem comboios para a encantadora região de Sintra, passando por Queluz.

Construída em 1886/87, esta estação foi recentemente renovada. A plataforma de embarque está agora ligada ao Metro e conta com um dos mais magníficos trabalhos: olhe para o tecto e deslumbre-se! Faça questão de visitar a estação do Rossio. Tenho certeza que não se arrependerá.


Transportes urbanos

Autocarros da Carris:

* 36 Odivelas - Cais do Sodré
* 44 Moscavide - Cais do Sodré
* 709 Campo de Ourique - Praça do Comércio
* 711 Damaia - Praça do Comércio
* 732 Hospital de Santa Maria - Caselas
* 745 Prior Velho - Santa Apólonia
* 91 Aerobus

Metropolitano de Lisboa:

* Santa Apolónia - Falagueira via Marquês de Pombal, Sete Rios e Pontinha

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Curiosidades - SABIA QUE ..?

Na Lisboa da época romana, acreditava-se que as éguas concebiam do vento?
É Plínio o Moço quem escreve sobre o facto das éguas conceberem do vento “ Olissipo equarum e Favonio conceptu nobile”. A lenda é repetida por outros autores clássicos.

Sabe quais são as colinas de Lisboa?
A descrição das sete colinas de Lisboa aparece pela primeira vez no Livro das Grandezas de Lisboa, de Frei Nicolau de Oliveira. A primeira é São Vicente, a segunda Santo André, a terceira a colina do Castelo, a quarta a colina de Santana, a quinta S. Roque, a sexta Chagas, e a sétima a colina de Sta Catarina do Monte Sinai.

Os Regicidas estão sepultados no Cemitério do Alto de S. João?
Alfredo Costa e Manuel Buíça estão sepultados no Cemitério do Alto de S. João, sem que a sua campa esteja assinalada. Em 1914, a Associação do Registo Civil e do Livre Pensamento adquiriu uma concessão de terreno para mandar erguer um monumento à memória dos regicidas. Durante o Estado Novo, o monumento foi desmantelado, e os corpos trasladados para local não identificado.

Sabe onde estão os restos mortais do Marquês de Pombal?
A urna com o corpo do Marquês de Pombal foi trasladada de Coimbra para Lisboa e esteve primeiramente na Igreja do Convento de Arroios, até ser enviada para a Igreja de Jesus ou das Mercês (freguesia onde nasceu o Marquês) e de onde partiu em definitivo para a Igreja da Memória, onde actualmente se encontra.

Sabe porque os lisboetas são chamados de alfacinhas?
Acredita-se que durante o domínio muçulmano já se plantavam alfaces pelas colinas de Lisboa. Este foi também o único alimento que restou aos lisboetas durante um dos muitos cercos que a cidade sofreu.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Gastronomia - Pastéis de Belém

Boa tarde,

Hoje falaremos dos tão famosos e saborosos Pastéis de Belém! Lisboa não seria Lisboa sem estes fantásticos pastéis!


História:
O sabor da Tradição

No inicio do Século XIX, em Belém, junto ao Mosteiro dos Jerónimos, laborava uma refinação de cana-de-açucar associada a um pequeno local de comércio variado.
Como consequência da revolução Liberal ocorrida em 1820, são em 1834 encerrados todos os conventos de Portugal, expulsando o clero e os trabalhadores.

Numa tentativa de sobrevivência, alguém do Mosteiro põe à venda nessa loja uns doces pastéis, rapidamente designados por "Pastéis de Belém".

Na época, a zona de Belém era distante da cidade de Lisboa e o percurso era assegurado por barcos de vapor. No entanto, a imponência do Mosteiro dos Jerónimos e da Torre de Belém, atraíam os visitantes que depressa se habituaram a saborear os deliciosos pastéis originários do Mosteiro.

Em 1837, inicia-se o fabrico dos "Pastéis de Belém", em instalações anexas à refinação, segundo a antiga "receita secreta", oriunda do convento. Transmitida, e exclusivamente conhecida pelos mestres pasteleiros que fabricam artesanalmente na "Oficina do Segredo", este receita mantém-se igual até aos dias de hoje.

De facto, a única verdadeira fábrica dos "Pastéis de Belém" consegue, através de uma criteriosa escolha de ingredientes, proporcionar hoje, o paladar da antiga doçaria portuguesa.

Curiosidades:
Todas as manhãs, o 'mestre dos pastéis' inicia a sua tarefa na cozinha, usando uma receita única em todo o mundo. Para além de juntar os ingredientes certos nas quantidades certas, a arte destas pequenas delícias vive muito na confecção segundo os métodos tradicionais - não há cá máquinas, apenas mãos cuidadosas e talentosas!

Tal como grande parte da doçaria portuguesa, os Pastéis de Belém estão ligados a raízes conventuais. Reza a lenda que havia um confeiteiro, dono de uma refinaria de açúcar - Domingos Rafael Alves -, que se tornou amigo de um pasteleiro que trabalhava no Mosteiro dos Jerónimos. Com a revolução de 1820, desapareceram muitas ordens religiosas, deixando monges e freiras desalojados e muitos trabalhadores desempregados.

Foi nessa altura que o confeiteiro contratou o pasteleiro - detentor da receita dos pastéis, o homem que impulsionou verdadeiramente a loja de Domingos Rafael e a única fábrica de Pastéis de Belém!
Entretanto, por trás da fachada da refinaria, o pasteleiro trabalhava até de madrugada, tendo a patente da receita sido registada um pouco mais tarde e mantida em segredo até hoje. Nos dias que correm, a fábrica produz cerca de 14 mil pastéis por dia. Pergunta-se se os conseguem vender todos? Se ainda tiver dúvidas, só há uma maneira de saber... prove um... se apenas um conseguir satisfazer a sua curiosidade...

À medida que a produção foi aumentando, a necessidade de mais trabalhadores foi-se tornando uma séria preocupação. A possibilidade de haver uma fuga de informação era algo que não podia de maneira nenhuma acontecer, razão pela qual se optou por escolher o novo pasteleiro entre o pessoal da empresa - neste caso, tinham que trabalhar na empresa há pelos menos 25 anos e tinha que ser alguém em quem a empresa confiasse. Mesmo assim, tinham que fazer um voto e assinar um acordo em que se comprometiam a não revelar o segredo dos pastéis. Se quebrassem o acordo, veriam as suas propriedades expropriadas e até podiam ir parar à prisão. Felizmente, nunca ninguém o quebrou e o segredo mantém-se dentro das paredes da fábrica.


Pode comer pastéis de nata em muitos cafés, mas nenhum terá o sabor do original, especialmente quando ainda vem quentinho e é servido com açúcar em pó e canela. Mas, mesmo frios, continuam a ser incrivelmente deliciosos.


E saiba que pode levá-los consigo. Embalados em caixa com o logotipo da fábrica, vêm com pacotinhos de açúcar em pó e canela, para que não perca nada! Antes de sair da fábrica, preste atenção à sua volta - ficará encantado com os painéis azulejos que encontra em algumas das cinco salas abertas ao público.


Onde os podem encontrar: Rua de Belém nº 84 a 92 1300-085 Lisboa
Telefone: 21 363 74 23

Horário de Funcionamento:
Inverno -
1 de Novembro a 30 de Abril
De Segunda a Sábado das 8h00m às 23h00m
Domingo das 8h00m às 22h00m

Verão -
1 de Maio a 31 de Outubro
De Segunda a Domingo das 8h00m às 24h00m

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Locais de Referência - Praça do Comércio


Não só os monumentos mas também vários locais de referência marcam a história da nossa Lisboa.

Hoje apresentamo-vos a Praça do Comércio.

É fácil descrever a Praça do Comércio, também conhecida como Terreiro do Paço, em apenas uma palavra : UAU! Esta é uma das praças mais majestosas de Lisboa e foi, em tempos, a principal entrada marítima da cidade. Ainda hoje pode ver a escadaria em mármore que sai do Rio Tejo em direcção à Praça do Comércio. O nome Terreiro do Paço é, claramente, uma referência ao Palácio que aqui esteve durante 400 anos, até à altura do terramoto de 1755 que o destruiu quase na totalidade.

História
Em 1511, o rei D. Manuel I transferiu a sua residência do Castelo de São Jorge para este sítio junto ao rio. O Paço da Ribeira, bem como a sua biblioteca de 70.000 volumes, foram destruídos pelo terramoto de 1755. Na reconstrução, a praça tornou-se no elemento fundamental do plano do Marquês de Pombal. Os edifícios, com arcadas que circundam a praça, albergam alguns departamentos de vários Ministérios do Governo Português, com excepção do famoso café Martinho da Arcada, o mais antigo de Lisboa, e um dos preferidos de Fernando Pessoa.

Após a Revolução de 1910 os edifícios foram pintados a cor-de-rosa republicano. Contudo, voltaram recentemente à sua cor original, o amarelo. O lado sul, com as suas duas torres quadradas, está virado para o Tejo. Essa foi sempre a entrada nobre de Lisboa e, nos degraus de mármore do Cais das Colunas, vindos do rio, desembarcam chefes de estado e outras figuras de destaque (como Isabel II de Inglaterra ou Gungunhana). Ainda é possível experimentar essa impressionante entrada em Lisboa nos cacilheiros, os barcos que ligam a cidade a Cacilhas. Hoje, o espectáculo é prejudicado pelo trânsito na Avenida da Ribeira das Naus, que corre ao longo da margem.

Um facto interessante são os banhos semanais que ocorriam antigamente no cais, nos quais algumas pessoas ousavam e se banhavam nuas - o que causou indignação na época. No centro da praça, vê-se a estátua equestre de D. José I, erigida em 1775 por Joaquim Machado de Castro, o principal escultor português do século XVIII. Ao longo dos anos, a estátua de bronze ganhou uma patina verde. No lado norte da praça, encontra-se o Arco Triunfal da Rua Augusta, é a entrada para a Baixa.

Acontecimentos Históricos
A 1 de Fevereiro de 1908, o rei D. Carlos e seu filho Luís Filipe foram assassinados quando passavam na praça.
No dia 25 de Abril de 1974, a praça assistiu à Revolta do Movimento das Forças Armadas, que derrubou o governo de Marcello Caetano e o Estado Novo, numa revolução sem derrame de sangue. A área serviu como parque de estacionamento durante os década de 1990, mas hoje este vasto espaço é usado para eventos culturais e espectáculos.


Características
No lado norte, a praça é centrada por um impressionante arco que conduz à Rua Augusta, uma das principais áreas de comércio pedestre da baixa de Lisboa. O arco está decorado com estátuas de personalidades históricas, como Vasco da Gama (marinheiro português) e Marquês do Pombal (responsável pela reconstrução de Lisboa depois do grande terramoto).

Os espaçosos edifícios arqueados, que se estendem pelos outros três lados da praça, são hoje sede de departamentos governamentais e de alguns restaurantes.
E por falar em restaurantes, é também nesta praça que encontra o café mais antigo de Lisboa: o "Martinho da Arcada" abriu as portas com candeeiros que ainda funcionavam a petróleo, passando depois para a iluminação a gás e muito mais tarde para a electricidade. O "Martinho da Arcada" viveu as grandes revoluções dos últimos dois séculos e recebeu à sua mesa clientes como Bocage, Fernando Pessoa e Amália.
No centro da Praça do Comércio, em tempos usado como parque de estacionamento e devolvido recentemente aos Lisboetas, encontra a estátua do Rei José I (rei de Portugal na altura do terramoto de 1755.



segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Monumentos - Basílica da Estrela


Boa tarde caros leitores,

Hoje trago até vós a Basílica da Estrela!

História
Em 1760, a princesa herdeira D. Maria Francisca, futura rainha D. Maria I, fez um voto no dia do seu casamento de que no caso de ter um filho varão, que veio a nascer em 1761, procederia à construção de um convento para as religiosas Carmelitas Descalças.


Em 1777, após a morte de D. José I, D. Maria I escolheu o local conhecido por Casal da Estrela, propriedade da Casa do Infantado, para a construção da basílica e chamou Mateus Vicente de Oliveira para a projectar, cuja planta é aprovada em 1779.
Porém, em Março de 1785, com a morte de Mateus Vicente, Reinaldo Manuel introduziu algumas alterações no projecto do seu antecessor, e de uma igreja que inicialmente se apresentava sóbria e simples resultou um edifício mais elaborado e ornamentado à semelhança do Convento de Mafra.

É uma das mais brilhantes realizações do Barroco tardio, com inclusão de elementos já neoclássicos. A Basílica da Estrela é o próprio panteão da D. Maria I, a única rainha da Dinastia de Bragança que não está sepultada no Mosteiro de São Vicente de Fora.

Características
O templo apresenta características do estilo barroco final e do neoclássico.
A fachada é ladeada por duas torres gémeas e decorada com estátuas de santos e figuras alegóricas.
O amplo interior, de mármore cinzento, rosa e amarelo, iluminado por aberturas na cúpula, infunde respeitoso temor. Várias pinturas de Pompeo Batoni adornam o seu interior. O túmulo estilo império, de D. Maria I, que faleceu no Brasil, está no transepto direito. Encerrado numa sala ali perto, existe um extraordinário presépio de Machado de Castro, formado por mais de 500 figuras de cortiça e terracota.

Passeios e Visitas
Onde: Largo da Estrela, Estrela
Como: Eléctrico 25 ou 28 na Praça do Comércio
Quando: das 8h às 13h e das 15h às 20h

Referências:
"Guia da Cidade"
"Wikipédia"

domingo, 1 de novembro de 2009

Monumentos de Lisboa - Aqueduto das Águas Livres




Boa tarde nossos caros leitores,

Depois da breve cronologia apresentada, decidimos começar a apresentar-vos os monumentos de Lisboa.
Comecemos então pelo nosso velhinho Aqueduto das Águas Livres.

Desde que as populações se começaram a instalar na região de Lisboa, que a escassez de água potável foi uma constante. Apesar da existência de um rio no local, o Tejo, a sua água é imprópria para consumo, pois a ampla foz do rio faz com que a água seja contaminada pelo mar, tendo por isso níveis de salinidade inadequados. A única área de Lisboa com nascentes de água era o bairro de Alfama. Com o crescimento da cidade para fora das cercas medievais foi-se instalando uma situação de défice crónico no abastecimento de água. Foi ganhando então força a ideia de aproveitar as águas do vale da ribeira de Carenque, na região de Belas. Estas águas foram primeiramente utilizadas pelos romanos, que aí haviam construído uma barragem e um aqueduto.

História:

Em 1571, Francisco de Holanda (1517 - 1585) propõe a D. Sebastião (1554 - 1578) na sua obra Da Fábrica que Falece à Cidade de Lisboa que estabelecesse uma rede de abastecimento de água que servisse a cidade de Lisboa, rede essa que tinha já sido iniciada pelos romanos. Os vestígios do aqueduto romano eram ainda suficientes para que tivessem sido considerados, em 1620, para a passagem das Águas Livres de Lisboa. Anos mais tarde, D. Filipe II (1578 - 1621) instituiu o real da água, um imposto sobre a carne e vinho que tinha como objectivo principal o financiamento das obras de construção do sistema de abastecimento de água para a capital. Porém, o projecto não foi sequer iniciado, tendo o dinheiro angariado por esse imposto sido utilizado para ajudar pobres e doentes, e também para financiar a guerra no Brasil e na Índia.

Construção:

O Aqueduto das Águas Livres foi mandado construir pelo Rei D. João V, a fim de fornecer água a Lisboa, de acordo com o projecto de Manuel da Maia, tendo abastecido a cidade a partir de 1748.
Com 14 Km de extensão desde a nascente principal e diversos aquedutos subsidiários e de distribuição, com um total de 58 Km, abastecia uma rede de chafarizes na cidade. O Aqueduto possui, na sua parte mais monumental, um conjunto de 35 arcos, de autoria de Custódio Vieira, sobre o Vale de Alcântara, onde se destaca o maior arco em pedra de vão do mundo, com 65 m de altura e 32 m de abertura.
As águas chegavam a Lisboa ao Reservatório da Mãe de Água das Amoreiras, construído entre 1746 e 1834, segundo planos de Carlos Mardel, a quem se deve, entre outras obras, também o arco triunfal que celebra a obra de D. João V. Integram actualmente o Museu da Água da EPAL.

Período de Funcionamento
O caminho público por cima do aqueduto, esteve fechado desde 1853, em parte devido aos crimes praticados por Diogo Alves (o Pancadas), um criminoso que lançava as suas vítimas do alto dos arcos depois de as roubar, simulando um suicídio, e que foi o último decapitado da História de Portugal.
Em 1880, a importância do aqueduto diminuiu bastante devido ao início da exploração das águas do Alviela, através do Aqueduto do Alviela que levava a água até ao reservatório dos Barbadinhos onde a água era elevada com máquinas a vapor, alimentando Lisboa de água potável. O aqueduto manteve-se porém em funcionamento até 1968, tendo sido definitivamente desactivado pela EPAL em 1967.

Passeios e Visitas Guiadas

A Rainha Refresca-se – na pista do Barroco

O percurso “A Rainha Refresca-se” recria o espirito barroco e proporciona a visita a locais de inédita beleza ao longo das nascentes, de Caneças ao Vale de Alcântara, refazendo o percurso pelo Aqueduto das Águas Livres que a família real, a corte e o povo faziam ao deslocar-se de Mafra a Queluz.
Estamos às portas do século das luzes, a época que privilegia a razão por excelência e coloca no auge o espírito barroco onde se assiste à procura do êxtase da grandiosidade, como se se quisesse criar impressão a todo o custo. Dá-se início a uma consciência de que a grandiosidade das obras públicas são o melhor símbolo de prestígio para o poder vigente. As galerias do Aqueduto assemelham-se mais às alas de um convento do que a simples condutas de água. Os respiradouros, situados ao longo das extensas galerias, oferecem um espectáculo natural de luz minimalista.
São estes jogos de luz, ar, sombra, respiração e a nobreza da pedra que tocam a imaginação e levam-nos até à “Rainha Refresca-se”.

Sáb e Dom. :9.30h-13.00h (de Março a Novembro)
Preço: 52,50€ (com almoço)
38,05€ (sem almoço)